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MALAVADO |
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“MALAVADO” É POUCA HIGIENE OU MUITA ÁGUA?
Um excelente exemplo de como o nome dos sítios muitas vezes nada tem que ver com o seu aparente significado em português actual, é o topónimo “Malavado” (bem como outras formas próximas, como “Malvada”, “Mal Lavada”, etc., que não são senão variantes de uma mesma raiz original). Há em Portugal cerca de meia dúzia de topónimos deste tipo, o que desde logo leva a crer que o nome deve ter designado um fenómeno pouco comum, ou que foi pouco utilizado.
Parecendo hoje que o topónimo se pode referir a algo sujo ou de fracas qualidades humanas (“Mal Lavado” ou “Malvado”), na realidade refere-se na velha língua fenícia a locais de grande abundância de água. Efectivamente ainda hoje se pode verificar que o topónimo ocorre em locais de muita água ou onde há mesmo poços artesianos. Poço artesiano é a tradução à letra do fenício para estes nomes: “MALAVAD” significa “poço de águas que transbordam”, e evidentemente não tem qualquer relação com lavagens mal feitas ou malvadezes…
Da mesma família temos entre nós “Aivados” e “Abades” (estes últimos mais abundantes no Norte pela forte influência da religião católica), nomes que em muitos casos corresponderão apenas à existência de poços antigos em locais ricos em água. A indistinção entre o “B” e o “V”, que ainda hoje se mantém nas áreas rurais, e particularmente no Norte do país, é aqui evidente. Convém referir que nas línguas semitas antigas como o ugarítico, o acádio, ou o hebraico antigo, existia essa total indistinção entre o “B” e o “V”, de tal modo que na escrita existia apenas um símbolo para o som B/V. É assim que o A(B/V)AD tanto evoluiu para “Aivado” como para “Abade”. |
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