|
|
|
|
ISQUEIRO |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
DA ERVA DE ISCA AO ISQUEIRO
Ainda há gente viva que na sua mocidade ia por esses campos a apanhar “Erva de Isca” (Phagnalon saxatile), e depois de a secar, descascar, misturar com cinza, e torrar no forno, fazia a isca. A isca era desse modo um material de fibras finas da casca do pequeno arbusto que assim que recebia uma pequena faísca, logo se incendiava. Os homens transportavam-na bem seca dentro de um canudo de cana, e junto dele levavam também uma pedrinha de seixo (quartzo) e uma peça de ferro ou aço (frequentemente um pedaço de vareta de chapéu de chuva dobrado a que chamavam fuzil). A cada pancada dada com o aço na pedra soltam-se faíscas que tocando na isca a acendem. O processo é tão fácil que os fumadores andavam com esse equipamento em vez de fósforos.
Espantosamente a técnica sobreviveu em Portugal e em particular no concelho de Odemira até ao século XX, certamente menos pelo conservadorismo das suas gentes que pelas difíceis condições de vida do seu povo; apesar de tudo os fósforos eram caros, e o velho isqueiro tradicional, embora de preparação trabalhosa, não custava dinheiro.
O interessante, para além do reencontro com a técnica ancestral, está no nome que ainda hoje usamos para o aparelho que é um acendedor portátil de fogo: “isqueiro”. E digo interessante porque esta é mais uma palavra cuja origem fenícia é absolutamente indiscutível. “IS’KIR” significa traduzido à letra “produzir fogo portátil”, e se a forma original tiver sido “ISTKIR” o significado é “acender fogo portátil”.
É desnecessário dizer que a origem latina proposta geralmente para a palavra isca - “esca”, terá sentido para a isca de pesca, já que se refere a “lasca” tal como a palavra latina, mas de modo algum para a “isca” enquanto material que se incendeia. |
|
|
|
|
|
Hoje havia 13 visitantes (17 clics a subpáginas) Aqui nesta página |